terça-feira, 25 de maio de 2010

Interação


A maior parte dos estudos sobre interação mediada por computador enfatiza apenas a capacidade e características da máquina. Sob esse enfoque, os seres humanos e as relações sociais envolvidas tornam-se coadjuvantes no processo. Essa linha de investigação sobre a implementação de sistemas informáticos prioriza pontos como velocidade de acesso e capacidade de armazenamento de informação, relegando ao plano secundário as ações humanas, cada vez mais subordinadas às interfaces oferecidas.
É preciso ampliar a forma de percepção da comunicação para refletir-se sobre a interação mediada por computador. O foco do estudo deve privilegiar a investigação das relações mantidas, observando, prioritariamente, o que se passa entre os interagentes, e não os participantes em separado.
Thompson (1998) entende que interações mediadas “implicam o uso de um meio técnico (papel, fios elétricos, ondas eletromagnéticas, etc.) que possibilita a transmissão de informação e conteúdo simbólico para indivíduos situados remotamente no espaço, no tempo, ou em ambos” (THOMPSON, 1998, p.78). Portanto, se a interação face a face (presencial) implica um contexto de co-presença, o mesmo não ocorre com os envolvidos na interação mediada por computador, especialmente, via Internet.
Em qualquer situação interativa, reduzir a interação a aspectos meramente tecnológicos “é desprezar a complexidade do processo de interação mediada. É fechar os olhos para o que há além do computador” (PRIMO, 2007, p.30).
É preciso entender a interação a partir da relação que se estabelece entre os interagentes – fator muitas vezes desconsiderado nos estudos da comunicação mediada –, reconhecendo que esta vai sendo definida pelos participantes durante o processo. Como a interação é uma “ação entre”, cada agende depende do – e cria uma dependência no – outro. De acordo com Berlo (1999),
O termo interação denomina o processo de adoção recíproca de papéis, o desempenho mútuo de comportamentos empáticos. Se dois indivíduos tiram inferências sobre os próprios papéis e assumem o papel um do outro ao mesmo tempo, e se o seu comportamento de comunicação depende da adoção recíproca de papéis, então eles estão em comunicação por interagirem um com o outro (BERLO, 1999, p.135).
Dessa forma, o objetivo da interação é a “fusão” dos indivíduos envolvidos no processo comunicacional, o que possibilita exercitar a “capacidade de antecipar, de predizer e comportar-se de acordo com as necessidades conjuntas da pessoa e do outro” (BERLO, 1999, p.130), ou seja, exercitar a chamada capacidade empática. Assim, interação deve ser entendida como um processo no qual o indivíduo se engaja.

Leiam o texto na integra em: http://www.cibersociedad.net/congres2009/es/coms/interatividade-refletindo-sobre-a-interasao-mediada-por-computador/719/

Darliana S. França

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. É fundamental levar-se em conta a interação entre os alunos, mesmo o curso sendo totalmente EAD, independente disso é com a interassão entre os alunos para o enriquecimento do aprendizado.

    Katiusa Centa da Rosa

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